Comecei a pensar em agregar o visagismo como ferramenta no meu trabalho por perceber que muito da percepção que temos sobre nós mesmos está atrelada ao rosto. E descobri que existem motivos para isso.
Quando as pessoas me procuram acreditam que a transformação será para melhor.
Qualquer mudança no estilo pessoal que mexa no guarda-roupas se torna ainda mais significativa quando alinhamos o rosto a essa mudança. Não é fácil mudar. Então, é muito importante que se tenha confiança de que a mudança vem para melhor. E mudança para mim só faz sentido se for para que você se sinta mais confiante.
Foi assim que o Visagismo entrou para minha caixa de ferramentas de estilo pessoal e é um assunto que me interessa muito. Quero te indicar esse vídeo de uma conferência online que ofereci para Mindalia Televisão.
Você sabe o que é o visagismo?
Visagismo é um conjunto de técnicas que servem para valorizar a beleza do rosto. E isso pode ser conseguido a partir da concepção harmônica entre a maquiagem, o corte de cabelo e o penteado.
Foi no século passado, o século XX, que o maquiador Fernand Aubry começou a observar que algumas formas e formatos de aplicação da maquiagem faziam com que a beleza da pessoa se revelasse. Para ele todo mundo é belo e quando alguém não se sente assim é porque a beleza não foi revelada.
Na atualidade dois profissionais tem sido reconhecidos mundialmente pelo excelente trabalho no visagismo. O francês Claude Juillard e o brasileiro Philip Hallawell, que viveu muitos anos na Inglaterra. Os dois fazem um trabalho complementar dentro do visagismo, mas tem visões diferentes sobre a técnica.
Hallawell conseguiu, através do estudo das formas e a partir do que ele conhecia sobre a antroposofia, fazer uma conexão do formato do rosto com o temperamento das pessoas. Ou seja, ele trouxe a ideia que a partir do nosso rosto transmitimos algumas mensagens que dão ideia do nosso temperamento.
O Claude não trabalha trabalha dessa forma. Ele faz um trabalho de análise das formas mas não usa essa correlação com o temperamento. São metodologias diferentes, mas que podem ser complementares.
Uma forma desencadeia uma sensação
Toda imagem e símbolos arquetípicos provocam uma emoção a partir da interpretação. Essa emoção é desencadeada numa área muito primitiva do nosso cérebro que é o sistema límbico. Batemos o olho na forma e imediatamente esta já provoca uma emoção. Isso significa que antes de processarmos no racional e analisar o que é esta forma, já veio uma sensação boa, ruim ou indiferente, a partir dos nossos referenciais e das nossas experiências. Isso é muito claro na arquitetura, nos objetos, mas também acontece com as formas no corpo humano, tanto rosto quanto o corpo.
Philip Hallawell, a partir de estudos da antroposofia e observação, relaciona essas formas com os temperamentos.
O que são os temperamentos?
Podemos dizer que temperamento é a maneira mais interna e primitiva que cada um tem de agir. É como se fosse a raiz, o que nos define em essência. Claro que ao longo da vida vamos moldando o nosso temperamento a partir de autoconhecimento e processos de desenvolvimento pessoal para conseguirmos nos relacionar de forma melhor, com mais equilíbrio. Mas no temperamento essa raiz primitiva de reagir aparece como característica.
Existem 4 tipos de temperamento, de acordo com Hallawell
- Temperamento fleumático: que são as pessoas mais equilibradas, mais zen, que nos dão a sensação de tranquilidade
- Melancólico: são aqueles naturalmente mais introspectivos, pensativos.
- Sanguíneo: pessoas mais festivas, mais aéreas, mais extrovertidas são de temperamento sanguíneo.
- Colérico: estes são os mais explosivos, bastante voltados para a ação, para o fazer.
No mundo ideal todos nós deveríamos ter os 4 temperamentos de operando no nosso jeito de agir de forma equilibrada. Mas não é isso que acontece. No geral nós temos dois temperamentos predominantes.
É neste sentido que vejo o visagismo como ferramenta de autoconhecimento. Afinal, se conhecermos o formato do nosso rostos podemos reconhecer com mais clareza qual temperamento está predominantes em nós e a partir dessa informação tomar atitudes para equilibrarmos a nossa ação.
Se você descobre, por exemplo, que é mais do temperamento melancólico, e isso dificulta as relações a criatividade, você pode buscar meios de despertar a criatividade em você, algo que traga um lado mais sanguíneo para fora. Trazendo equilíbrio podemos realizar mudanças naquilo que está difícil para nós..
O visagismo acaba sendo, então, um método de autoconhecimento que, com certeza, contribui para o desenvolvimento de maior autoconfiança. O cuidado que temos com o nosso rosto tem razão de ser e podemos sim tranformar a forma como nos sentimos a partir dessa ferramenta.
Por Amanda Moré
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